Lula sinaliza com volta do Projeto FX
para compra de caças
Em cerimônia de apresentação de Mirage 2000 comprados da França, presidente adiantou que ´Projeto FX´ deve ser retomado, após ter sido desativado em 2003
Tânia Monteiro e Marcelo Godoy
ANÁPOLIS (GO) - Ao participar da cerimônia de incorporação à Força Aérea Brasileira das duas primeiras unidades do Mirage 2000 - de um total de 12 -, comprados da França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso, sinalizou com a possibilidade de retomada do projeto FX, para a compra de outros aviões, novos, como deseja a Aeronáutica.
Os dois Mirage 2000 entregues nesta segunda participarão do desfile aéreo de 7 de setembro.
"Com os Mirage eliminamos uma lacuna em nosso dispositivo de defesa aeroespacial. Mas o planejamento estratégico de nossa defesa inclui a chegada futura do FX, imprescindíveis elementos de avanço tecnológico para a Força Aérea", afirmou Lula, na Base Aérea de Anápolis.
Em setembro de 2002, durante encontros no Clube da Aeronáutica entre militares da reserva e os então candidatos, Lula foi o mais aplaudido pois falou exatamente o que os militares queriam ouvir. Defendeu, então, a modernização da frota da aeronáutica.
Mas o projeto FX, que previa a compra de 12 caças novos, ao preço de US$ 700 milhões, foi abandonado pelo presidente Lula, no início de janeiro de 2003, como um dos seus primeiros atos de governo, sob a alegação de que os recursos que seriam gastos com a compra dessas aeronaves seriam deslocados para o projeto Fome Zero, considerado mais urgente naquele momento.
Com a promessa, militares da FAB esperam que já no ano que vem o projeto FX seja retomado. Por isso mesmo, oficiais do da cúpula da Aeronáutica não se cansam de dizer que estes 12 Mirage 2000 usados, "respondem a uma necessidade imediata, apropriada para as instâncias presentes e são de caráter transitório" até a chegada dos esperados e prometidos aviões FX.
Reequipamento
No seu discurso, o presidente Lula falou também da importância de garantir o reequipamento das Forças Armadas. "O reequipamento das Forças Armadas, essencial para a defesa, como suporte da atuação política e diplomática no exterior e estreitamente interligado à dinâmica econômica e social do País tem merecido minha atenção e meu esforço, na qualidade de comandante supremo", disse Lula. "Quero lhes afirmar, pilotos, mecânicos, homens e mulheres que dedicam a vida a serviço do Brasil, que estamos juntos nesta grande empreitada que é tornar a nossa Força Aérea cada vez mais avançada e eficaz", observou.
Lula prosseguiu falando da necessidade de manter as forças armadas preparadas. "Defendemos a paz como um valor sagrado, mas sempre nos manteremos vigilantes para defender a nossa soberania e o nosso imenso território que guarda tantas riquezas. As lições da história e as incertezas da realidade mundial impõem a existência de estruturas defensivas plenamente aptas a resguardarem, sempre que necessário, os interesses nacionais", afirmou, lendo seu discurso.
Segundo o presidente, "o desafio da defesa aeroespacial é este: ser o escudo infalível que, a qualquer tempo, sob quaisquer circunstâncias, defende a Nação e seus habitantes e é por esse motivo que acolhemos, hoje, o novo equipamento que certamente contribuirá para que esse desafio seja vencido: o Mirage 2000".
Para o presidente, estes novos aviões "reforçam o domínio dos céus brasileiros por nossa força aérea". E completou: "com mísseis de longo alcance, avançados sistemas eletrônicos e um alto desempenho comprovado em Forças Aéreas de vários países, o Mirage 2000 permitirá uma incontestável evolução no treinamento, no apoio logístico e no cumprimento da nobre missão do Primeiro Grupo de Defesa Aérea. Esses avanços já são muitos significativos para Aeronáutica, mas outros, certamente, estão por vir".
Lula diz que governo retomará compra de caças, suspensa logo após a posse
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira da cerimônia de entrega dos dois primeiros aviões Mirage 2000-C/B usados, de um total de doze unidades adquiridos pela Força Aérea Brasileira (FAB) da. França, que chegarão ao país até o fim de 2008. Em seu discurso, o presidente disse que os Mirage reforçarão o domínio do espaço aéreo brasileiro, mas afirmou que o governo desenvolverá o projeto F-X, suspenso no início de seu mandato. O projeto previa a compra de caças novos, com avançada tecnologia, a um custo de US$ 700 milhões, o equivalente a cerca de R$ 1,5 bilhão.
A suspensão da compra foi um dos primeiros atos de Lula ao assumir o governo. No dia 2 de janeiro de 2003, o presidente suspendeu a licitação, que havia sido aberta em agosto de 2001, argumentando que precisava do dinheiro para o programa Fome Zero.
Esses avanços já são muito significativos para a Aeronáutica, mas outros certamente estão por vir. Com os Mirage, eliminamos uma lacuna em nosso dispositivo de defesa aérea espacial, mas o planejamento estratégico de nosa defesa inclui a chegada futura do F-X, imprescindível elemento de avanço tecnológico para a Força Aérea - disse Lula.
A cúpula da Força Aérea espera que a negociação para compra dos novos caças seja retomada nos próximos anos. Segundo nota do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, "o pensamento da alta administração da FAB é retomar tão logo seja possível o processo do projeto F-X, a fim de possibilitar a incorporção e operação de uma nova aeronave de defesa aérea".
Segundo a Aeronáutica, a compra dos Mirage 2000-C não faz parte do projeto F-X, que previa a aquisição de doze aviões de avançada tecnologia. Para a Aeronáutica, a aquisição dos aviões franceses responde a uma necessidade emergencial. As duas aeronaves foram incorporadas ao 1º Grupo de Defesa Aérea (GDA), que fica em Anápolis (GO), a cerca de 150 quilômetros de Brasília.
O custo total da compra das 12 aeronaves é de cerca de 80 milhões de euros, incluindo a aquisição de suprimento e treinamento de pilotos e mecânicos brasileiros na França. Os aviões vão substituir os caças F-103 Mirage III, desativados em dezembro do ano passado e que estavam em operação desde a década de 70. Segundo a Aeronáutica, os novos caças adquiridos têm vida útil até 2025. Pelo cronograma de entrega, outros dois aviões chegarão em outubro, mais quatro em 2007 e mais quatro em 2008.
Na solenidade, o presidente subiu num dos aviões e pediu informações técnicas ao major Marcelo Grolla, piloto de um dos caças, e posou para fotos com boné do GDA. Lula estava acompanhado do ministro da Defesa, Valdir Pires, do chanceler Celso Amorim e do Comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno. O astronauta Marcos Pontes também compareceu na solenidade, mas ficou em segundo plano. No fim da solenidade, o presidente abraçou e tirou fotos com funcionários do GDA e seus familiares.
para compra de caças
Em cerimônia de apresentação de Mirage 2000 comprados da França, presidente adiantou que ´Projeto FX´ deve ser retomado, após ter sido desativado em 2003
Tânia Monteiro e Marcelo Godoy
ANÁPOLIS (GO) - Ao participar da cerimônia de incorporação à Força Aérea Brasileira das duas primeiras unidades do Mirage 2000 - de um total de 12 -, comprados da França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso, sinalizou com a possibilidade de retomada do projeto FX, para a compra de outros aviões, novos, como deseja a Aeronáutica.
Os dois Mirage 2000 entregues nesta segunda participarão do desfile aéreo de 7 de setembro.
"Com os Mirage eliminamos uma lacuna em nosso dispositivo de defesa aeroespacial. Mas o planejamento estratégico de nossa defesa inclui a chegada futura do FX, imprescindíveis elementos de avanço tecnológico para a Força Aérea", afirmou Lula, na Base Aérea de Anápolis.
Em setembro de 2002, durante encontros no Clube da Aeronáutica entre militares da reserva e os então candidatos, Lula foi o mais aplaudido pois falou exatamente o que os militares queriam ouvir. Defendeu, então, a modernização da frota da aeronáutica.
Mas o projeto FX, que previa a compra de 12 caças novos, ao preço de US$ 700 milhões, foi abandonado pelo presidente Lula, no início de janeiro de 2003, como um dos seus primeiros atos de governo, sob a alegação de que os recursos que seriam gastos com a compra dessas aeronaves seriam deslocados para o projeto Fome Zero, considerado mais urgente naquele momento.
Com a promessa, militares da FAB esperam que já no ano que vem o projeto FX seja retomado. Por isso mesmo, oficiais do da cúpula da Aeronáutica não se cansam de dizer que estes 12 Mirage 2000 usados, "respondem a uma necessidade imediata, apropriada para as instâncias presentes e são de caráter transitório" até a chegada dos esperados e prometidos aviões FX.
Reequipamento
No seu discurso, o presidente Lula falou também da importância de garantir o reequipamento das Forças Armadas. "O reequipamento das Forças Armadas, essencial para a defesa, como suporte da atuação política e diplomática no exterior e estreitamente interligado à dinâmica econômica e social do País tem merecido minha atenção e meu esforço, na qualidade de comandante supremo", disse Lula. "Quero lhes afirmar, pilotos, mecânicos, homens e mulheres que dedicam a vida a serviço do Brasil, que estamos juntos nesta grande empreitada que é tornar a nossa Força Aérea cada vez mais avançada e eficaz", observou.
Lula prosseguiu falando da necessidade de manter as forças armadas preparadas. "Defendemos a paz como um valor sagrado, mas sempre nos manteremos vigilantes para defender a nossa soberania e o nosso imenso território que guarda tantas riquezas. As lições da história e as incertezas da realidade mundial impõem a existência de estruturas defensivas plenamente aptas a resguardarem, sempre que necessário, os interesses nacionais", afirmou, lendo seu discurso.
Segundo o presidente, "o desafio da defesa aeroespacial é este: ser o escudo infalível que, a qualquer tempo, sob quaisquer circunstâncias, defende a Nação e seus habitantes e é por esse motivo que acolhemos, hoje, o novo equipamento que certamente contribuirá para que esse desafio seja vencido: o Mirage 2000".
Para o presidente, estes novos aviões "reforçam o domínio dos céus brasileiros por nossa força aérea". E completou: "com mísseis de longo alcance, avançados sistemas eletrônicos e um alto desempenho comprovado em Forças Aéreas de vários países, o Mirage 2000 permitirá uma incontestável evolução no treinamento, no apoio logístico e no cumprimento da nobre missão do Primeiro Grupo de Defesa Aérea. Esses avanços já são muitos significativos para Aeronáutica, mas outros, certamente, estão por vir".
Lula diz que governo retomará compra de caças, suspensa logo após a posse
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira da cerimônia de entrega dos dois primeiros aviões Mirage 2000-C/B usados, de um total de doze unidades adquiridos pela Força Aérea Brasileira (FAB) da. França, que chegarão ao país até o fim de 2008. Em seu discurso, o presidente disse que os Mirage reforçarão o domínio do espaço aéreo brasileiro, mas afirmou que o governo desenvolverá o projeto F-X, suspenso no início de seu mandato. O projeto previa a compra de caças novos, com avançada tecnologia, a um custo de US$ 700 milhões, o equivalente a cerca de R$ 1,5 bilhão.
A suspensão da compra foi um dos primeiros atos de Lula ao assumir o governo. No dia 2 de janeiro de 2003, o presidente suspendeu a licitação, que havia sido aberta em agosto de 2001, argumentando que precisava do dinheiro para o programa Fome Zero.
Esses avanços já são muito significativos para a Aeronáutica, mas outros certamente estão por vir. Com os Mirage, eliminamos uma lacuna em nosso dispositivo de defesa aérea espacial, mas o planejamento estratégico de nosa defesa inclui a chegada futura do F-X, imprescindível elemento de avanço tecnológico para a Força Aérea - disse Lula.
A cúpula da Força Aérea espera que a negociação para compra dos novos caças seja retomada nos próximos anos. Segundo nota do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, "o pensamento da alta administração da FAB é retomar tão logo seja possível o processo do projeto F-X, a fim de possibilitar a incorporção e operação de uma nova aeronave de defesa aérea".
Segundo a Aeronáutica, a compra dos Mirage 2000-C não faz parte do projeto F-X, que previa a aquisição de doze aviões de avançada tecnologia. Para a Aeronáutica, a aquisição dos aviões franceses responde a uma necessidade emergencial. As duas aeronaves foram incorporadas ao 1º Grupo de Defesa Aérea (GDA), que fica em Anápolis (GO), a cerca de 150 quilômetros de Brasília.
O custo total da compra das 12 aeronaves é de cerca de 80 milhões de euros, incluindo a aquisição de suprimento e treinamento de pilotos e mecânicos brasileiros na França. Os aviões vão substituir os caças F-103 Mirage III, desativados em dezembro do ano passado e que estavam em operação desde a década de 70. Segundo a Aeronáutica, os novos caças adquiridos têm vida útil até 2025. Pelo cronograma de entrega, outros dois aviões chegarão em outubro, mais quatro em 2007 e mais quatro em 2008.
Na solenidade, o presidente subiu num dos aviões e pediu informações técnicas ao major Marcelo Grolla, piloto de um dos caças, e posou para fotos com boné do GDA. Lula estava acompanhado do ministro da Defesa, Valdir Pires, do chanceler Celso Amorim e do Comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno. O astronauta Marcos Pontes também compareceu na solenidade, mas ficou em segundo plano. No fim da solenidade, o presidente abraçou e tirou fotos com funcionários do GDA e seus familiares.
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